Mais um escândalo sexual envolvendo lideres religiosos, volta a assombrar o meio evangélico.
Dessa vez, um diácono trás os holofotes da imprensa para a igreja Maranata, ao ser acusado de ter estuprado uma adolescente de 14 anos.
Com 14 anos completados no dia 25 de janeiro, a adolescente chorou muito ao ser abordada por policiais civis na casa alugada pelo diácono da Igreja Cristã Maranata, da Serra, Luiz Antônio Schelemberg, 42 anos, preso nesta terça-feira (14) acusado de manter relações sexuais com ela, na região de Macafé, em São Domingos, no mesmo município.
Falando pouco sobre o estupro, a menina afirmou que nunca recebeu carinho dos pais, apenas do diácono.
Você conheceu o Luiz Antônio na igreja?
Eu era amiga da família, teve um tempo que eu chamava ele de “tio” e a esposa dele de “tia”. Não quero que toque no nome da igreja. O erro foi nosso, não da igreja, a igreja não tem culpa.
E você gostava de ir à igreja?
Eu fazia parte do grupo de adolescentes da igreja em que ele ajudava. Quando eu tive que ir embora para a Bahia, eu fiquei super mal. Uma vez, o Luiz disse: "Meu sonho é que para Nova Carapina, quero te ver de novo sentada lá na igreja, louvando ao senhor, basta você orar". E eu orava.
E você ora?
Eu oro todos os dias. Eu peço ao senhor para abençoar o Luiz. Ele falava para eu pensar em mim e não nele e sempre me perguntava: "Você quer continuar com isso (o relacionamento)?", eu dizia: 'eu quero!'
Você acha que foi um erro essa relação?
Não foi um erro, só a parte dele ficar preso aqui, pois sei que vai ficar. Por outro lado, a situação era errada, pois ele é casado, tem filhos, por isso que acho que é errado.
Luiz Antônio prometia abandonar a família?
Eu sempre quis ficar junto dele. Ele nunca tocou no assunto de separar.
O que eu queria, não foi poder mais, a gente ficar junto.
Como o diácono te tratava?
Ele era muito carinhoso, uma pessoa muito boa, eu gosto muito dele.
Você tem algum sentimento por ele?
Eu gosto muito dele, eu o amo. Se eu soubesse que iria acontecer tudo isso, não teria ligado para ele e pedido para me buscar na Bahia.
Você era mantida presa na casa alugada pelo Luiz?
Não, eu podia sair. Ele falava pra eu sair, ir ao shopping, mas eu preferia não sair pois eu tinha medo de encontrar um alguém da minha família e me levassem de volta.
Você se sentia sozinha na casa que ele alugou?
Não, eu assistia televisão o dia todo, para mim tava bom. Eu falava com uma amiga, ligava para ela dia sim e dia não. Eu não saia pois tinha medo que a meus parentes fizessem algo contra o Luiz e não contra mim.
Hoje, qual sua perspectiva para o futuro?
Eu não sei o que vai ser daqui pra frente, mas meu sonho é ser feliz ao lado dele.
Você quer voltar a ficar com sua família?
Não quero voltar pra casa da minha avó. Pra mim viver em um lugar onde eu não tenho amor, não tenho carinho e não tenho nada, prefiro viver sem ninguém. Eu nunca fui tratada com carinho, nem pelo meu pai e nem pela minha mãe.
O caso
Luiz Antônio conheceu a adolescente há dois anos, quando ele presidia reuniões de iniciação na vida cristã de adolescentes da igreja a qual a jovem frequentava, junto com a avó. Desde setembro do ano passado, o diácono mantinha a adolescente em uma casa alugada, em São Domingos, onde tinham as relações sexuais.
A menina é da Bahia e morava com o pai em Teixeira de Freitas, e saiu do Estado após desentendimentos com a família. Segundo relatos da própria jovem, a mãe dela mantém um relacionamento com um homem casado e o pai mora com uma adolescente de 16 anos, desde que ela tinha 13 anos.
Como ela não se dava bem nem com a mãe e nem com o pai, ela veio para o Espírito Santo morar com a avó, no bairro Nova Carapina I. Quando começou a frequentar a igreja e conheceu o diácono, até começar as relações sexuais.
Luiz Antônio alugou a casa em São Domingos para a adolescente de 14 anos, após ela fugir para a Bahia, em dezembro do ano passado. O diácono manteve contato com ela por telefone e no dia 10 de janeiro foi até Teixeira buscar a garota. Na casa alugada para a menor, ele disponibilizou um colchonete, televisão e geladeira.
Todos os dias, Luiz Antônio comprava duas marmitex e ia ao local para almoçar com a adolescente. Depois ele retornava para casa. O acusado é proprietário de uma marcenaria, casado e pai de quatro filhos.
A polícia chegou até a casa onde Luiz mantinha a adolescente, por meio de denúncias de vizinhos. Eles achavam estranho o fato da garota ficar no local, e alegavam que a garota tem a aparência de uma pessoa mais nova que 14 anos. Os vizinhos acreditavam se tratar de uma criança em situação de sequestro e cárcere privado.
Luiz Antônio foi abordado por policiais no momento em que chegava, de carro, para almoçar com a menina. No veículo, foi encontrado duas marmitex, iogurte, esmalte, lixa de unha e preservativos. O Diácono negou manter relações sexuais com a jovem. Afirmou apenas querer ajudar a garota, que era de uma família desestruturada.
O delegado Danilo Bahiense afirmou que a adolescente de 14 anos foi ouvida, relatou os fatos ocorridos, e ainda foi encaminhada ao Departamento Médico Legal para a realização de exames que comprovou que tinha relações sexuais.
Luiz Antônio Schelemberg vai ser encaminhado para o presídio de Viana e pode pegar até 15 anos de prisão.
Fonte: Gazeta online
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