No debate promovido pela Rede Globo nesta sexta (24), Aécio Neves surpreendeu a muitos ao encerrar sua participação citando a Bíblia e parafraseando o apóstolo Paulo, afirmar: “travei o bom combate, falei a verdade e jamais perdi a minha fé”.

Passaram-se quatro anos e o quadro é outro. Acumulando denúncias rotineiramente, o governo petista fez tentativas de tentar associar a imagem de sua candidata a lideranças evangélicas, mas sem sucesso. Logo no início da campanha visitou a Assembleia de Deus do Brás, em São Paulo, citando na ocasião a Bíblia: “O Estado brasileiro é um Estado laico, mas, citando um salmo de Davi, queria dizer que ‘feliz é a nação cujo Deus é o Senhor’”.
Além desse ramo da Assembleia, teve o apoio declarado apenas de pessoas ligadas à Igreja Universal do Reino de Deus.
Ao mesmo tempo surgiram pela primeira vez dois candidatos evangélicos a presidente. Pastor Everaldo e Marina Silva, que logo receberam apoio de diversos líderes religiosos. Marina chegou a citar a Bíbliapara falar sobre a investigação de corrupção dos petistas da Petrobrás. Atacada constantemente, foi tachada pelos petistas de “fundamentalista” por causa de sua fé, voltou a citar a Bíblia, dizendo que “oferecia a outra face”.
No segundo turno, a grande maioria das lideranças evangélicas declararam seu apoio a Aécio Neves,incluindo Everaldo e Marina. Dilma reagiu, preparando uma ofensiva que incluía a distribuição de umfolheto onde voltava a fazer as mesmas promessas que quebrou em seu primeiro mandato, referentes à união civil de homossexuais e ao aborto.
Possivelmente o mais surpreendente de toda essa campanha foram as manifestações dos evangélicos. Tanto nas redes sociais quanto nas pesquisas qualitativas, ficou evidente que embora a maioria tenha um perfil conservador (tendendo para Aécio agora), não votam “em bloco”.
Ou seja, mesmo com todos os alertas de lideranças sobre uma possível perseguição aos evangélicos caso o país se aproxime do ideal de governo defendido pelos petistas e da defesa de questões conflitantes com o que se prega nas igrejas não é possível ver ainda no Brasil um equilíbrio entre discurso e prática quando aspectos religiosos e políticos se misturam.
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